quarta-feira, 20 de julho de 2011

Gente de teatro

20/07/2011 | N° 12312
ARTIGO
Gente de teatro, por Ben-Hur Demeneck*
Ana Milena Restrepo venceu o medo de que os brasileiros não compreendessem o seu espanhol, ou que ela ficasse paralisada diante do idioma anfitrião. Chegara a salvo de uma viagem de 24 horas. Foram três conexões de avião entre Medellín (Colômbia) e Curitiba, depois de passar por Quito (Equador), Lima (Peru) e São Paulo. Em solo firme, partira junto aos colegas ?teatreros? com destino a Blumenau. A atriz acha ?chévere? ter uma semana de imersão na linguagem cênica. Ela quer perder o sotaque.

Fernando Villar decidiu passar o aniversário de 2009 junto da família, em Brasília. Tal qual um médico acostumado à sina de fazer plantão no Réveillon, o diretor de teatro fica longe de casa quando comemora o próprio nascimento. Fica fora para acompanhar um festival de artes no interior catarinense. E foram umas sete vezes só nessa década. Portanto, uma semana antes de o Brasil perder para o Paraguai na Copa América, ele acertou detalhes para seu grupo fazer bonito e, enfim, honrar as cores pátrias.

Sergio Boris mora em Buenos Aires. Ele mantém a tranquilidade durante a saraivada de críticas sobre a sua peça ?El cadaver de um recuerdo enterrado vivo?, iniciada às 15h de um sábado de sol. Quase ao final do debate ouve um elogio dirigido para toda a sua companhia. A professora brasileira diz ao microfone sentir uma ?inveja positiva? dos analisados. Por aqui, a ideia fixa dos jovens artistas é a ruptura, o novo.

Na Argentina, montagens realistas vão bem, obrigado. E o som das carapuças se fez ouvir por toda a sala, enquanto desciam por cabeças de variadas ideologias e penteados.

Um festival de artes feito o Fitub se faz de histórias de vida. Um pouco por parte dos personagens representados nas peças, outra por gente como a gente. Eis um iceberg submerso na paisagem de inverno.
*JORNALISTA

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