segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Temporada de outubro apresenta "Amálgama".


 A Associação Blumenauense de Teatro, através do projeto Temporada Blumenuense de Teatro, traz o espetáculo contemporâneo Amálgama, do Grupo P.A, dirigido por Silvio da Luz, em monólogo de Adriano Amaral. O espetáculo é um dos trabalhos mais originais da região. Recomendável para maiores de 15 anos.

SERVIÇO
Amálgama

Entre os dias 29 de setembro e 03 de outubro, sempre às 20h na Fundação Cultural de Blumenau. 
Ingressos: R$ 10,00 ou R$ 5,00 (meia-entrada ou com apresentação de filipeta).
Mais informações: 8835 7202, com Márcio.

AMÁLGAMA

De Sílvio da Luz. Com Adriano Amaral.
Texto: Gregory Haertel.


SINOPSE
A obra retrata um homem mergulhado em suas lembranças, preso sozinho em um ciclo onde passado e futuro se encontram. O outro, para o homem só, são os objetos, é a memória. E o homem tentará refazer o que se
perdeu. ‘Amálgama’ é um caminho de busca do que já deixou de ser. ‘Amálgama’ é como o pai que assiste repetitivamente ao vídeo do parto do filho morto tentando, a cada vez, ressuscitá-lo. É na repetição, em ‘Amálgama’, que se procura alguma forma de redenção.


FICHA TÉCNICA
Atuação e Dramaturgia: ADRIANO AMARAL
Direção, Dramaturgia e Iluminação: SILVIO DA LUZ
Texto: GREGORY HAERTEL
Assistente de Direção, Preparação Vocal, Figurino e Material Gráfico: FÁBIO HOSTERT
Sonoplastia: JACKSON AMORIM
Cenografia: O GRUPO


ADRIANO AMARAL FALA SOBRE "AMÁLGAMA".


LIMIAR
A busca que originou a obra ‘Amálgama’ teve seu início dentro do Curso de Artes, Bacharelado em Teatro – Interpretação da FURB – Universidade Regional de Blumenau, em 2007, quando resolvi por em prática o conhecimento adquirido em um ano de universidade. Meu objetivo principal era realizar um estudo sobre a arte de ator, mais precisamente sobre a sua preparação e dramaturgia. Sendo que o fruto dessa pesquisa resultasse num solo de minha autoria.
‘Amálgama’ é o resultado de 15 meses de pesquisa empírica e teórica. Normalmente, a prática teatral é trabalhada em dois momentos: o ensaio e a representação. Mas, nesse projeto, existe um terceiro momento, onde o artista não trabalha a obra, mas, se trabalha. Foi baseado na dinâmica dos elementos preparação-ensaio-representação que ‘Amálgama’ se edificou.



ALUMIAR
Os primeiros seis meses foram dedicados ao estudo da preparação do ator, na dinâmica dos seguintes elementos: aquecimento, exercícios físicos e treinamentos energéticos e técnicos. Para o entendimento do presente projeto, faz-se necessário tecer alguns comentários sobre esses elementos: o aquecimento tem como objetivo preparar o ator no início de suas atividades. Os exercícios físicos trabalham o seu fortalecimento e a sua resistência física. O treinamento energético é um treinamento físico e intenso, sem pausas e extremamente dinâmico, que tem o objetivo de trabalhar com as potencialidades energéticas do ator. Já o treinamento técnico visa trabalhar com diversos elementos extraídos de técnicas diversas. Foi na dinâmica desses elementos que a preparação se configurou, potencializando o ator para o seu ato poético.



AMALGAMAR
‘Amálgama’ foi criado a partir de pesquisas sobre a dramaturgia do ator. Entendo a dramaturgia do ator, para a realização dessa obra, como a busca de poetização espetacular baseada em ações físicas e vocais previamente codificadas pelo ator que foram coletadas a partir da potencialização do seu ato poético. 

Trabalhamos antes com a noção de dramaturgismo do que com o conceito clássico de dramaturgia. Por dramaturgia clássica entende-se o trabalho do autor teatral que, sozinho, delimita e estrutura a narrativa de uma obra. Por dramaturgismo, entenda-se o processo de escrita cênica que nasce do trabalho prático da equipe de realização do espetáculo. Este exercício de dramaturgismo pressupõe um trabalho artesanal de montagem de ações: a dramaturgia inscrita no espaço, no corpo do ator. Portanto, temos uma inversão no modelo clássico de criação teatral: sendo desenvolvida em sala de trabalho, a partir da orquestração das ações físicas criadas pelo ator, a obra só poderia ser escrita, tornando-se palavra impressa, depois de amalgamar a poesia do ator.

Este trabalho contou com a colaboração de outros artistas: o psiquiatra, escritor e dramaturgo blumenauense Gregory Haertel, que ficou responsável pela criação do texto. O ator da Cia Carona de Teatro de Blumenau Fábio Hostert, que ficou responsável pela assistência na direção, figurino e material gráfico. E o ator-clown-músico Jackson Amorim da Cia Zulu Canibal Ator e Bonecos de Rio do Sul, que ficou responsável pela sonoplastia.

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