domingo, 6 de junho de 2010

2010 e o Teatro em Blumenau.

2010 e o Teatro em Blumenau. 


Importante notar a quantidade de estréias de espetáculos em Blumenau no primeiro semestre de 2010. Isso é resultado de uma série de características que norteiam os princípios éticos e organizativos dos grupos. É também, resultado da existência do Fundo Municipal de Cultura,negligenciado tanto por Petistas quanto por Democratas em suas respectivas administrações. Mas há muito sobre o que falar do teatro em Blumenau…
Muita gente nem sabe que existem mais de 14 grupos teatrais em nosso município, e todos eles produzindo e mostrando suas qualidades. Poderíamos dizer que em torno do teatro, trabalham mais de 200 profissionais, dedicados integral ou parcialmente. Outra informação pouco conhecida é que a Universidade Regional de Blumenau possui um curso de graduação em Artes Cênicas, coordenando um dos mais importantes festivais teatrais do Brasil, no segmento Universitário – OFITUB, Festival Internacional de Teatro de Blumenau, na sua 23ª edição.
PASSARÓPOLIS, DA CIA CARONA MAIS RECÉM ESTRÉIA LOCAL
O teatro em Blumenau segue a tendência catarinense de ser grupal. Como assim? Em espaços como o eixo Rio-São Paulo acontece com freqüência de um ator/atriz vender sua força de trabalho para projetos específicos, não se vinculando a um coletivo. Outra característica do caráter grupal do teatro catarinense, além da existência de um grupo/coletivo, é a estabilidade, com trabalhos seqüência, sempre reatroalimentado pelas tensões encontradas por cada grupo em sua empreitada. É dialógico, tenso, criativo (mas estranhamente pouco assistido).
Qual o grande barato disto tudo? É que a existência de um coletivo estável permite a continuidade dos trabalhos, o aprofundamento da pesquisa e a libertação criativa dos atores/atrizes. O grande mal disso é a dependência umbilical em relação ao poder público, seja municipal, estadual e federal. Como os trabalhos catarinenses, em sua maioria são trabalhos artísticos de pesquisa e experimentação, mostram-se dificilmente “financiáveis” pelos Departamentos de Marketing das grandes empresas, interessados em ampliar a produção de capital através do lucro simbólico agregado aos seus produtos.
FIGO, DO GRUPO K, QUE VAI SE APRESENTAR NO ALDEIA SESC
Uma forte tendência que pode acontecer pelos próximos anos em Blumenau é a saída de artistas para “tentar a sorte” nos grandes centros. Quando a sociedade começa a perder segmentos de si própria é que esta, seja um município, uma região, está se tornando insustentável. A cerebral mão-de-obra acompanha os deslocamentos do Capital.
O segmento Teatro de Blumenau é um dos mais atuantes junto a esfera de produção de políticas públicas porque convive com o peso da desigualdade, seja das prioridades públicas ou dos recursos e financiamento. Para reforçar sua voz, os grupos que estavam organizados em torno da Temporada Blumenauense de Teatro criaram a Associação Blumenauense de Teatro, como força propulsora de diálogo, de aperfeiçoamento técnico e de intervenção política. Buscamos parceiros da sociedade para uma grande rede de colaboração às Artes e a Cultura em Blumenau, Santa Catarina e Brasil.
MUITOS TEATREIROS INTERESSADOS EM DEBATER POLÍTICAS CULTURAIS
Entendemos que uma situação ideal está longínqua, até mesmo irrealizável. Mas  empenho em trabalhar com os avanços, descobrindo quais são os avanços possíveis é fundamental.
Podemos citar, além do financiamento já tratado anteriormente, a falta de um espaço público para a distribuição da produção cênica local: é intolerável.  É nesses avanços possíveis que são necessárias alianças entre os segmentos sociais contra o Estado Mínimo do Capital e da Anima.
Márcio Cubiak - www.respublicacultural.wordpress.com
CONHEÇA
ALGUMA LEITURAS SOBRE TEATRO GRUPAL

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